Universitários de Uberaba ganham intercâmbio no exterior
terça-feira, 14 de agosto de 2012Seis estudantes de uma universidade em Uberaba, no Triângulo Mineiro, foram contemplados com bolsas do Programa Ciência sem Fronteiras (CSF) e vão passar um ano estudando no exterior. O intercâmbio é financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Coordenação de Pessoal de Nível Superior (Capes), agências do Governo Federal que administram o CSF.
Quatro bolsas foram distribuídas aos melhores alunos da Iniciação Científica e outras duas foram conquistadas por inscrições individuais, onde os próprios estudantes fizeram solicitação diretamente no Programa. Três vão para a Universidade de Coimbra, em Portugal, dois vão para a Universidade do Porto, também em Portugal, e outro para a Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos. Durante um ano eles cursarão disciplinas das áreas de formação e também participarão de projetos de pesquisa.
Guilherme Caetano Garcia tem 22 anos e é um dos contemplados com a bolsa. Ele embarca para os Estados Unidos no próximo dia 22 e vai estudar na Universidade de Wisconsin, em Madison, nos Estados Unidos. O estudante cursa medicina veterinária e concluiu o 9º período no semestre passado. “Era para eu formar agora no final do ano, mas por causa do intercâmbio eu formo no ano que vem, quando voltar a Uberaba e concluir o 10º período. Vou paralisar o curso aqui e fazer algumas matérias lá e na volta eu faço as que ficaram faltando”, explicou.
Para Guilherme, essa é uma oportunidade muito boa e não só para ele, mas para toda a sociedade. “O Brasil precisa investir muito em educação e a gente começa a notar que isso está começando a ser feito. Estou com uma expectativa muito boa. Claro que rola uma insegurança porque é difícil largar a família e os amigos, mas é um investimento muito grande, que vale muito a pena e com tudo de graça”, destacou.
E apesar de atrasar a formatura em um ano ele está muito realizado. “As pessoas ficam falando que eu vou atrasar a formatura, que isso é ruim, mas não estou ligando de maneira nenhuma. Não vou formar com a minha turma de faculdade, mas a amizade continua. Eu considero que vou estar adiantado, pois nada se compara à grandiosidade dessa oportunidade, que também vai me gerar possibilidades futuras de emprego”, ressaltou o jovem.
Claúdia Morgana de Basto Costa tem 24 anos, faz farmácia e também conquistou uma bolsa. Ela vai para Portugal hoje (14) e estudará na Universidade de Coimbra. “Eu estudei quatro anos na cidade de Uberlândia e ganhei bolsa integral em Uberaba, por isso, transferi o curso e não me arrependo. Foi aqui que eu pude fazer a Iniciação Científica e ganhar essa oportunidade tão especial do intercâmbio”, destacou.
Ela também formaria no final deste ano, mas confessou que é muito gratificante ter sido uma das pessoas que ganhou a bolsa. “Isso é único, sem contar o conhecimento que vamos adquirir, além de contribuir com novos desenvolvimentos e trocar informações”, apontou Cláudia.
Intercâmbio é uma boa oportunidade, dizem especialistas
O analista de recursos humanos, Nilo César, explicou que esse tipo de intercâmbio enriquece o currículo profissional porque, além da experiência no exterior, tem também o aperfeiçoamento de mais um idioma. “Esse alunos têm mais oportunidades no mercado de trabalho no Brasil e um poder de concorrência maior”, afirmou.
De acordo com a especialista em educação, Silvana Elias, o intercâmbio proporciona a interação com outras culturas, a quebra de preconceitos e novos paradigmas. “Ele é importante para o desenvolvimento da gestão pública, de prestação de serviço público e no âmbito científico para interagir com outros saberes e conhecimentos”, pontuou.
Ela considera como diferencial esses jovens desenvolverem uma visão do mundo e do mercado mais globalizada. “O mercado com certeza oferece mais oportunidades e prestigia quem domina mais de uma língua. Nas grandes empresas, as pessoas mais velhas, muitas vezes, são substituídas pelos jovens porque eles têm domínio de tecnologia e de línguas, sendo que as vezes os mais maduros não têm”, destacou Silvana. “Além disso, o intercâmbio é importante, pois cria um sentimento de independência, não só econômica, mas também emocional. Faz o jovem amadurecer de forma mais criteriosa, já que ele não vai ter os pais lá para socorrer”, concluiu a especialista.
Fonte: G1